terça-feira, 22 de setembro de 2009

Resenha: Família, lócus de vivência: do amor à violência. Texto de: Júlia S. N. F. Bucher (Universidade de Fortaleza).

Este artigo leva-nos a pensar sobre uma das mais antigas instituições existentes: a família. Na família deveríamos encontrar um espaço seguro, de aceitação e esperança. Cabe a ela a transmissão de valores, crenças, costumes e regras, que muitas vezes são passadas de geração a geração. A família é um espaço privilegiado de aprendizagem, altamente capaz de desenvolver seres humanos sensíveis e sábios.
Porém, o texto aponta para uma triste evidência: a violência familiar. Violência esta que pode ser desde uma simples negligência, uma palavra dura demais, até surras cruéis ou violência sexual.
Quando se fala de negligência, pode-se pensar na questão dos limites. Hoje, esta questão está meio fora de moda. As crianças detêm o poder. A criança fez birra, lá vai a família dizendo: “sim, senhora!”. Isto é um tipo de violência, sim! Crianças sem limites não sabem diferenciar o certo do errado, não tem a capacidade de abrir mão de seus desejos em favor do próximo, não são sensíveis e não conseguem lidar com frustrações. Além, de ser uma violência contra a criança, também, se caracteriza uma violência contra o próximo, que tem que suportar tanto egocentrismo e falta de respeito.
Mas para se impor limites, deve-se saber como fazer. A família precisa reconhecer sua necessidade de aprendizagem. Seres humanos sempre precisam aprender! É necessário aprender a ensinar limites. Falar palavras ofensivas, tais como: “você é um burro!”, “você não consegue nunca!” “você não faz nada certo!”, nada tem a ver com limites. Essas frases e ações violentas, nada mais são do que inibidoras do desenvolvimento humano. Trancam a mente, paralisam a auto-estima e desestimulam o pensamento.
Entretanto, existem categorias de violência familiar mais cruéis. A violência no corpo é talvez, a mais devastadora. Atingindo corpo, mente e alma, deforma a personalidade do indivíduo e traz conseqüências por toda vida. O que leva um pai ou uma mãe a cometer tamanha brutalidade?
O texto traz diversas explicações para esta indagação: falta de emprego, pobreza, passado de violência na família, e outros tantos. Todavia, a explicação mais plausível é a falta de EDUCAÇÃO. Somente por meio da educação se faz possível um renovar de mentes, corações e atitudes no seio familiar. Se existe educação em uma família, ela aprende e pratica a tolerância, a capacidade de resolução dos problemas do dia-a-dia, a afetividade, a compreensão, o respeito e principalmente a PAZ. Afinal, a família é a peça chave para se construir a paz neste mundo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário